Elogio ao gelo

Aqui em São Paulo as estações não duram mais que uma semana: um dia é quente, o outro morno, até que um dia acordamos com frio. Então os casacos saem do armário e aquela brisa de ontem já não é tão agradável como supunham os adeptos da regata. Esses daí adoram um mormaço, um ambiente viciado; o incômodo suor das axilas, o cheiro de corpo im-pregnado; amam o sebo, o ranço e o claustro. A essa temperatura os pensamentos não se conservam, derretem mais rápido. E para o bom entendedor, pingo é letra; a vingança, um prato.

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