Rastro

Ó, Senhor, livrai-me do homem de intenções excelentes e coração impuro: pois o coração engana e é desesperadamente malicioso (T. S. Eliot, Corais de "O Rochedo")

Ah, se essa vida é uma trilha que a gente não sabe aonde vai dar, há certamente sinais pelos quais podemos nos guiar. Mas cuidado: muitos são os falsos sinais que não passam de desvios, percalços, atalhos... Desse modo, deixam de ser úteis e de rastro passam a ser resíduo, detrito. Ou seja: eu falo das pessoas que nos legam, por onde quer passem, o rastro peculiar de sua existência...

Em verdade vos digo: convém vivermos da maneira mais sutil e concisa, sem deixar indícios inúteis às nossas costas (sem deixar lixo). Não é à toa que o tal desodorante tinha o nome de "rastro" (uma fragrância só deve ser sentida quando chegamos bem perto de sua origem, nunca à distância...)

Há pessoas que vivem esbaforidamente e suas maneiras são tão suaves como as de um tornado. Destruir é mais fácil do que criar, eis a máxima do zagueiro na defensiva (e o sentimentalismo vem depois). Abaixo a procrastinação!

Para esses que têm mordomos mas não têm amigos, eu digo: não adiem seu destino. Não temos mordomos mas temos amigos. Axé, velho Ezra!

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