A falta de assunto,

eis o que me incomoda, mas não tenho saída. Falar sobre música de novo? E quer coisa mais manjada do que falar da própria impotência diante da Musa? Viagra? Sexual healing? Falar sobre o que então? Pegar uma notícia na Reuters, por exemplo, e parafraseá-la? (better mendacities than the classics in paraphrase!) Se o que chamam de história é fofoca, então o jornalismo é uma fofoca ainda mais mesquinha: porque se a história é um inventário dos deslizes da humanidade, então o jornalismo é uma lista de supermercado dos deslizes da sociedade (ou da comunidade).

Falar sobre cinema... haja saco. E só pra registrar: fui ver o "Cristo" de Mel Gibson e digo a vocês com convicção, don't believe the hype. Já viram aqueles caras que se penduram por ganchos cravados na pele? Acho que nem só eles gostaram do filme. A paixão do Jesus de Gibson é por sangue e efeitos especiais. Mas vai ver que era isso o que ele queria mesmo. Talvez tenha sido uma saída retórica usada pelo diretor para resgatar a suposta mensagem religiosa que há muito tempo vem sendo soterrada pelo mito edulcorado cristão de um Jesus que morre doce e gloriosamente. Aqui no Brasil, e fica a sugestão, que tal se fizessem uma "Paixão de Tiradentes"? Aliás, meu pai me disse ao telefone que achou o filme "horrível". Ah, amarga doutrina a de ter uma opinião formada sobre cinema!

0 comentários: