Tiro no pé

O fôlego acabou. Há muito ele deixou de acertar a mão. Ler o que escreveu em retrospecto o fez ver o quanto fora pretensioso, dono de uma retórica cadenciada (apenas promessas de poesia nunca executadas). Linhas que sob o pretexto modernoso da metalingüística tornaram-se presunçosas, auto-referentes em demasia. Falar é fácil, mas se falar em "focar o centro, deter-se no essencial", ditos que se pretendem alguma sabedoria, é o mesmo que admirar o próprio umbigo.)

A palavra essencial deveria ser riscada do dicionário com um traço azul e torto de caneta Bic.

1 comentários:

Anônimo disse...

Edgard, saudade, meu amigo! Ah, este teu post de 08/07 é uma obra maxima de ambiência, ele desfolha, ele revela toda uma vida. Em poesia, você sabe que soh Marianne Moore ou Williams conseguem tanto. Em prosa, isso é obra de um Nersão pra cima...